segunda-feira, novembro 20, 2006

Sonho Acordado

De ti, não consigo
me aproximar sem querer te beijar
Só penso em lhe ter comigo
Ao teu lado, dormir e acordar

Vejo você sentada
E quero sentar-me perto
A sala, com teu cheiro, fica perfumada
Quero você e não sei se é certo

Sonho acordado
Ouvindo tua voz
Pelo teu olhar, hipnotizado
Acho que estamos a sós

Pego-lhe pelo braço
No calor do momento
Beijo-lhe a boca, o pescoço...

Desperto, deste breve sonho, contente
Fito você ainda sentada
E fecho os olhos para lhe ter novamente

Lembranças

O olhar se perde no horizonte
Perdido num mundo de pensamentos
As lembranças tomam conta da mente
Quanta saudade dos velhos tempos

No cais, via o sol poente
Na praia, vivia bons momentos
Sozinho ou entre amigos, caminhando em meio a um mar de gente
Por instantes adormecia meus tormentos

Tantas pessoas que conheci
Muitas histórias a serem contadas
De muitas até hoje não esqueci
Algumas, como pegadas na areia, foram apagadas

quarta-feira, setembro 13, 2006

Indecisão

Eu não sei o que quero
Na verdade,

Quero tudo e não quero nada
Quero o barulho ensurdecedor de um grito mudo
Quero a solidão em meio à multidão
Quero o calor das frias noites de inverno
Quero a escuridão das tardes ensolaradas

Não sei se lhe quero como penso
Ou se não lhe quero como digo
Assim como nego que te quero
Digo a todos o contrário, pois,

Quero choro sem lágrimas
Quero amor sem dor
Quero saudade sem ausência
Quero a sapiência da inexperiência
Quero o alvorecer de um velho dia

Eu não sei o que quero
Eu não sei...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Sem Inspiração

Uma única lágrima
Triste e solitária
Despencou face abaixo
Embalada por um Blues
Contornou a maçã do rosto
E caiu sobre o papel
No papel um poema a ser terminado
Mais um gole na bebida
Em um anseio de inspiração
Penso, tento
É forte o sentimento
Mas não consigo ir adiante
Apago a luz e deixo o Blues ecoar na mente
Fraquejo, não contenho o pranto

terça-feira, maio 30, 2006

Sozinhos, Não, Ainda Temos a Nós



Não importa que ele tenha nos dado as costas
Façamos nós o nosso caminho
Ainda temos uns aos outros
Temos nossa sapiência
Nossa bravura
Sozinhos, nossa voz não passa de um sussurro no caos sonoro
Juntos, nossa voz é um grito no silêncio
Um grito que ecoa no subconsciente de cada pessoa
E faz o tempo parar por um instante
E na eternidade deste momento em que o tempo pára
Despertamos nossas mentes
Dessa dormência que nos fora induzida por séculos
Vemos o mundo com perspicuidade
E percebemos que somos os senhores dos nossos destinos
Nos damos conta de que o verdadeiro poder está em nossas mãos
Que em nossas vidas, nada nos é concedido
Tudo, conquistado
Mas depois que o tempo volta a correr
Muitos esquecem de tudo
Voltando à mediocridade e à acomodação
Àquela situação submissa em que nada está bom
No entanto, nada é feito para reverter o quadro
Juntos podemos mudar o curso desta jornada
Despertar permanentemente mais mentes
Sozinhos o fracasso é provável
Juntos, podemos tomar as rédeas e conduzir, não só nossas vidas,
Mas também a de muitos outros, de nações, de mundos...
Por novos caminhos
Onde os grilhões e as algemas que ainda prendem o pensamento
Devem ser arrebentados
Onde as diferenças que geram dor e sofrimento
Devem cessar
Onde as máscaras que disfarçam mentiras e ilusões
Devem cair
Aí, somente os verdadeiros revolucionários seguirão em frente
Subversivos de mente, alma, corpo e coração

domingo, maio 28, 2006

O céu chora de felicidade

...E no final do dia, uma chuva para lavar a alma
Foi como se o céu chorasse
Comovido com minha alegria
Uma alegria louca
Pois naquele momento o mundo me pareceu mais belo
Ali, senti que ainda é possível fazer desta Terra
Um lugar melhor, mais justo
Um amálgama de saudade, tristeza, inquietude e revolta
Acabara de ser sufocado
Derrotado por uma alegria oriunda de dois singelos atos
Ajudar algumas pessoas e rever uma, em especial

segunda-feira, maio 01, 2006

Anfitrião

Eles recém partiram e a saudade já bate à minha porta
Entra sem pedir licensa e toma conta de tudo
Foi apenas um final de semana, uma cidade, um mundo
Apesar das brigas e das discussões
Eu os amos, são meus amigos, meus irmãos
Conversas, festas, brincadeiras...
Os bons momentos prevalecem
Somente a ausência deles me entristece
Não sei como agradecer, nem como retribuir
A amizade, as risadas e gargalhadas...
Logo após a despedida
Já aumentava a expectativa
De um dia tê-los aqui novamente
Com o peito tomado de saudade
E os olhos de lágrimas
Agradeço de coração
Obrigado, meus irmãos

terça-feira, abril 25, 2006

Só nos pampas

Sou um sujeito pacato
No passado, maragato

Já passei muito chimango na ponta da adaga
E de tanto aplicar a famosa gravata colorada
Larguei desta vida ingrata

Hoje, vagueio só pelo campo
Cabisbaixo, trote manso

À noite, deitado no relento, só dá ela,
Lua cheia
Cercada por todas as estrelas

Me soa como poesia
A luz, a magia...

Me questiono do passado
O por quê
E se foi errado

E nestas idas e vindas pelo mundo
Reviro tudo no fundo

Em busca de alguém que me faça esquecer a vida,
Que sane minhas mágoas
Que me cure as chagas, as feridas

Alguém com quem eu possa,
Não só matear e prosear

Mas quem sabe enfim
Ter o quê nunca tive,
Uma pessoa para amar

Busco alguém que me entenda
Me dê amor, minha prenda

quarta-feira, abril 19, 2006

A Vida é Assim Mesmo

Não sei se é possível, mas estou ao mesmo tempo feliz e triste.
Feliz, por ter ido para casa, ter revisto a família, ter abraçado e beijado as mulheres da minha vida: minha coroa e minha avó, duas guerreiras às quais eu devo muita coisa.
Feliz, por ter revisto meus irmãozinhos, ver o quanto eles cresceram, o quão espertos estão ficando e por perceber que a magia da infância ainda se faz presente em seus espíritos.
Feliz, por perceber a flor da maturidade desabrochando não só em meu irmão, mas em muitos dos meus amigos. Fazendo com que eles mudem a forma de pensar, o modo de enfrentar a vida e de encarar o mundo. Abrindo portais para novos conhecimentos e novas experiências, tornando-os mais responsáveis e conscientes.
Feliz, por ter reencontrado muitos amigos. Alguns não encontrei pessoalmente, mas falei pelo telefone ou pela NET relembrando do tempo em que eu fazia isso diariamente durantes horas consecutivas. Pouquíssimos eu não consegui ver ou falar, uma pena, mas quem sabe na próxima eu consiga.
Feliz, por ter festado, ter curtido as noites acompanhado das pessoas que eu considero demais, e que por mim, também têm consideração.
Feliz, por ter sido recebido mais uma vez de braços abertos, feliz por perceber que apesar de estar distante e não ter muito contato com a maioria dos meus amigos, eu continuo tendo deles: a consideração, o respeito, a lealdade... a pura essência da amizade.
Feliz, também por adquirir o respeito de novos amigos, conquistar novas amizades, reafirmar as antigas e reatar os laços de algumas outras um tanto enfraquecidas.
Mas sinto a tristeza de ter que partir novamente, sem saber quando retornarei.
Sinto-me triste por saber que outra vez, ficarei algum tempo sem sentir e vivenciar os fatos acima citados. Não que aqui onde estou eu não tenha isto, pelo contrário, tenho e muito, mais até do que eu imaginava que teria quando vim para cá. Aqui também conheci pessoas extraordinárias, pessoas queridas e amigas.
Mas, fico triste também, por saber que outras pessoas (assim como eu e como vários outros antes de mim) também estão indo embora de Laguna.
Triste, por ter a certeza de que cada um que parte de Laguna, leva consigo um pouco do encanto e do brilho da cidade, deixando assim, a cidade cada vez mais opaca, cada vez mais triste e sem graça.
Triste, por saber que a distância entre nós aumentará ainda mais, e que talvez, a probabilidade de nos encontrarmos em outras idas minhas à Laguna, diminua. Pois, assim como eu, eles já não mais farão parte do dia-a-dia de Laguna.
Mas feliz ou infelizmente a vida é assim, cheia de tristezas e alegrias, altos e baixos, amores e desamores, encontros e desencontros. E só nos resta aproveitar cada oportunidade que nos é dada, e se a oportunidade não nos for dada, então faremos de tudo para criá-la.
Devemos apreciar e saber tirar proveito de todas as situações, por mais incômoda que esta seja ou possa parecer. Devemos aproveitar cada momento como se fosse único, por que na verdade, ele será único mesmo.
Viver, saber viver, celebrar a vida, minuto a minuto, dia a dia, ano a ano, até o final dos tempos. Mas sempre, sempre mesmo, valorizando tudo aquilo que temos de mais importante, tudo aquilo que mais devemos prezar na vida, as pessoas que nos cercam e nos desejam bem. As pessoas que nos amam assim como somos, cheios de erros e defeitos, chatices e doideiras que nos fazem ser quem somos. Loucos... loucos pela família, loucos pelos amigos, loucos pela vida!

segunda-feira, abril 10, 2006

Tantas Despedidas

Foram tantas vezes
Que já nos despedimos
E a dor da saudade jamais amenizou
Por mais que este ato se repita
A falta que me fazes não cessará,
Não amenizará
Teu sorriso me alegra
Tua teimosia me irrita
Teu canto me motiva
Ontem, vivíamos juntos
Tínhamos o mesmo lar
Hoje, só o que tenho são lembranças,
Fotos, fatos registrados
Sonhos alcançados,
Pensamentos visionários
Amanhã, não sei...
Em ti, vejo o futuro
Almejo profundamente, que seja um dos bons
Merecedor tu és
Você me traz conforto
Em ti encontro amor e paz
A minha paz!
Que em cada uma destas despedidas
Fora subtraída
Deixando um vazio enorme
Preenchido aos poucos pela nostalgia

domingo, março 05, 2006

Entranha Sensação

Talvez eu realmente tenha ensandecido
Olho ao meu redor e não vejo ninguém conhecido
Saio a caminhar pela rua buscando amparo
Mas na calada da noite só ouço disparos
Ouço, também, o choro de uma mãe que desesperada, lamenta e chora
A dor em meu peito neste momento aflora
Angustiado e desolado vou me consolando
Aflito, mas vivo, sigo penando
Pelejando para um dia vencer
Nesta quimera que se chama viver

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Permaneça no esquecimento

Acordei nesta madrugada e senti a presença de alguém no meu quarto, olhei ao redor e vi um vulto, pela silhueta pensei que fosse você, mas lembrei que já faz tempo que recebi a notícia de sua morte. Sim felizmente você faleceu. Há muito tempo você já havia se tornado apenas uma lembrança de um momento qualquer em um passado remoto que já havia entrado para o esquecimento. E a notícia de sua morte veio justamente para assegurar que você permanecesse neste passado apenas como uma lembrança, e não viesse assombrar meu presente.
Muita coisa mudou, sentimentos fingidos, historinhas contadas, conversinhas fiadas, juras quebradas, promessas não cumpridas, mas tudo isso não passa de palavras. Palavras vazias que não querem dizer nada, palavras sem significado.
Não me entristeci ao saber que você havia falecido, pelo contrário, mas me senti um pouco culpado por isso. Culpado por sua morte, mas por quê? Culpado por quê? Por quê? Se foi você que cavou sua própria sepultura, se foi você que se condenou. Se você sempre foi assim, se você sempre carregou isso oculto dentro de você, só que você apenas não tinha exteriorizado isso ainda. Então por que me sentir culpado de algo que não fiz e tão pouco sou responsável? É, felizmente a culpa foi toda sua, esta foi sua sina, e por causa dela você sucumbiu, seu mundo desmoronou e você não mais existe. Sua passagem pelo mundo foi insignificante, como foi toda a sua existência. Você se foi e não deixou saudades, não deixou legado algum.
Hoje, você repousa em um sono eterno sob a terra, e sobre a terra que cobre seu corpo putrefato se encontra a única marca de sua passagem por este mundo. Uma pedra negra com a seguinte inscrição:
“Aqui jaz a podridão do mundo”.
E ao lado do seu corpo decomposto encontram-se as suas últimas amigas, as únicas que lhe restaram: a mentira, a inveja, a volúpia, a depravação e a ignorância. Talvez agora possa haver esperança de dias melhores, esperança de que a verdade e o bom caráter possam prevalecer neste mundo tão podre e falso ao qual infelizmente estamos habituados.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Pequenos detalhes


É engraçado como nós nos prendemos a coisas tão sem significado e tão sem importância. Passamos a vida inteira almejando sermos ricos, bem sucedidos, cheios de mulheres gostosas. Nossas tentativas de ser feliz, basicamente, resumem-se a isso: sonhos consumistas induzidos por uma mídia desprovida de responsabilidade cívica e social. A mídia nos induz a pensar que a verdadeira felicidade é aquela mostrada por eles em suas produções. Que ser feliz é ser rico, ter carro importado, ter um casarão, ter uma mulher gostosa (de preferência mais de uma), ir a várias festas... Estas são as idéias de felicidade, que nos são passadas. Desde crianças vemos e ouvimos isto, somos obrigados a engolir tudo isto, sem ao menos poder questionar o que é certo e o que é errado, pois não nos é dada, a base intelectual para que possamos entender e compreender, e só assim filtrar o que nos é transmitido. Crescemos com estas idéias fixas em nossas mentes, e seduzidos com o modo de vida dos personagens das novelas e dos “artistas”, que os interpretam, partimos em uma busca desesperada, tentando encontrar algo que preencha uma lacuna existente nas nossas vidas. Buscamos a felicidade nos lugares mais longínquos e inalcançáveis, sem jamais nos darmos conta de que ela pode estar bem à nossa frente. Talvez seja por isso mesmo que nós não a notamos, pois ela está tão perto e tão à vista que ela passa desapercebida. Acabamos não dando valor, achando que isso que temos em nosso cotidiano, não se equipara ao que nos é mostrado pela mídia. E a maior prova de tudo isto eu tive alguns dias atrás. Era dia das mães, liguei para minha casa (em Laguna – SC) e falei com minha avó (minha mãe não estava em casa). Algo normal, simples, extremamente simples, mas que me emocionou de uma maneira tão diferente. Senti-me feliz por estar falando com ela, feliz por ouvir sua voz, feliz em saber que todos em casa estão bem, feliz por ter uma família e por ter amigos. Algo extremamente simples, que a maioria das pessoas têm e não valorizam.
Eu sou um cara que sempre valorizou as amizades, mas devo confessar que depois que vim para cá, passei a valorizar muito mais. E a prestar mais atenção aos pequenos detalhes da vida. Talvez seja, por estar morando sozinho, talvez seja, por estar longe das pessoas que eu goste, ou talvez seja, apenas fruto de um amadurecimento causado por tudo isto. Mas o certo é que sinto algo diferente, difícil de ser explicado. Se estou triste, um simples telefonema como o acima citado, ou de um amigo como o Boca, que me ligou dias atrás quando eu estava na aula, me faz feliz. Fico muito contente em abrir meu e-mail (coisa que não tenho feito diariamente devido à falta de tempo) e ver várias mensagens dos meus amigos. Uns perguntando como vão as coisas, outros perguntando quando eu vou aparecer em Laguna e outros mandando só putaria (né Zulemão e Boca). Mais contente ainda, fico ao entrar no mIRC. Pois encontro toda gurizada e posso conversar com toda a galera. Mensagens assim vão surgindo na tela, em cada PVT que se abre:

- daeeeeeeee bixonaaaaaa
- dae tanga froxa
- oiiii meu quirido
- oi sumido! quanto tempo hein?
- falaaaaa feioso
- oiiii miguxo, jah tava com xodades


E a cada mensagem que surge diante de mim, vou rindo e descontraindo cada vez mais. Ficando feliz, por saber que não fui esquecido e saber que por mais insignificante que tenha sido minha passagem na vida destas pessoas, elas têm um pouco de consideração por mim. Fico feliz em saber que tenho amigos, não pelo que eu tenho (já que eu não tenho merda nenhuma mesmo), mas sim pelo que sou. No mIRC posso perguntar como eles estão, desabafar e ouvir (lê-se ler) desabafos, falar (lê-se escrever) e ouvir (lê-se ler novamente) besteiras, dar boas risadas, fazer novas amizades, reafirmar as antigas e fortalecer os laços das mais recentes. Só tenho a agradecer por conhecer pessoas tão maravilhosas, família, amigos, pessoas que marcaram e que estão marcando minha vida. Não citarei nomes porquê é embaçado, posso acabar esquecendo de uns e outros, mas quem estiver lendo saberá de quem estou falando e saberá se está ou não, neste seleto grupo de pessoas especiais. Que para alguns pode não representar e não valer nada, mas que para mim tem um valor incomensurável!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Estações

Pobre musa do verão
Seu reinado foi breve como um eclipse
E para sua infelicidade,
As folhas das árvores já estão caindo
Agora, nem tudo é tão lindo
Vive a ilusão de conquistar a pessoa amada,
Pela qual sempre fora usada
Passa o tempo, os momentos...
E a vida está acabada
O frio já vem chegando
E com ele a solidão, a melancolia
No vazio do teu quarto,
Sentirás a agonia
Em prantos, verás teu reino decaído
Tudo o que fora perdido
Teus súditos já lhe deixaram
Não mais lhe ligam, não mais lhe chamam
Não, não mais...

terça-feira, janeiro 31, 2006

Dúvidas


Será que a verdadeira felicidade existe ou é apenas mais uma quimera, mais um sonho utópico de minha mente ensandecida?
Deverei contentar-me com o destino que me fora designado ou deverei forjá-lo a ferro e fogo, moldando-o conforme eu almeje?
Deverei aguardar até que chegue a minha hora de ser feliz ou deverei lutar, pelejar para construir este momento agora?
Deverei esperar, pacientemente, que a felicidade venha bater à minha porta ou deverei sair em demanda dela?
Deverei viver o presente sem futuro no amanhã ou deverei viver o amanhã sem esperança no presente?
Conseguirei, algum dia, encontrar a felicidade simples e inocente como outrora?
Conseguirei, algum dia, obter êxito nesta minha jornada insana ou serei mais um fracassado como tantos outros seres fúteis?
Tornar-me-ei ou tornei-me mais um ser frívolo, sem valia alguma, apenas tolerado e fadado ao esquecimento?
Tantas dúvidas, tantas variáveis, já não sei mais o que fazer.
Talvez a solução para tudo isto, como disse um velho poeta, seja morrer.

sábado, janeiro 28, 2006

Pra quem desacreditou

À todos aqueles que subestimaram minha capacidade e desdenharam dos meus anseios.
Àqueles que jamais acreditaram que eu tivesse competência e torceram, mesmo que inconscientemente, para o meu fracasso.
Àqueles que um dia disseram que eu não suportaria a caminhada, pois ela é árdua e outros mais fortes não suportaram e sucumbiram.
Àqueles que zombaram das minhas escolhas.
À todos que me julgavam ser um fraco e derrotado.
Eis o meu muitíssimo obrigado, porque sem vocês eu não estaria onde estou.
Sem o desafio de vocês, talvez eu não tivesse me esmerado tanto para conquistar tudo que almejo.
Quiçá eu não teria nem ao menos chegado aonde cheguei.
Hoje estou aqui, firme e forte na caminhada.
Com esperança e a certeza de que um amanhã ainda melhor me aguarda, mas não sem antes lutar e pelejar para ter o mérito de conquistá-lo.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Por quem elas caem

Não há palavras, apenas lágrimas
Não há tristeza, apenas saudades
Meu viver, meu querer
Minha inspiração, minha motivação
A estrela que me norteia, o amor que por mim semeia
Agora chega de palavras...
Na folha já molhada caí a última lágrima

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Que falta me faz IV


Estávamos de férias e fomos visitar nosso pai em Porto Alegre. Na época morávamos em Tubarão. A viajem era fatigante, demorava horas e horas para chegarmos ao destino final. Ônibus parando em tudo quanto era cidadezinha, gente subindo e descendo às dezenas. Todos adultos, as poucas crianças que tinha no ônibus viajavam acompanhadas por adultos, exceto nós. Sempre viajamos sozinhos, tendo como compania somente o outro (pouco tempo depois já viajávamos completamente sozinhos. Ora eu, ora ele, como se fôssemos adultos também). Logo ao chegarmos à rodoviária, exaustos diga-se de passagem, o coração disparava e pela janela já se podia ver nosso pai nos esperando. Sorriso largo no rosto, cabelo grande, barba. Era um sujeito inconfundível, que mesmo depois de passar certo tempo sem o ver, não havia como se enganar. Descemos correndo e pulamos em cima dele, abraço apertado, longo e demorado daqueles que nos faz faltar o ar e que somente a saudade e o amor são capazes de nos proporcionar. Com a felicidade estampada nos rostos seguimos para casa do meu pai. Já não me recordo onde era. Desta viagem, além disto lembro-me de pouca coisa. Visitamos parentes, jantamos fora, fomos à shoppings...
Era um domingo de sol na fria capital gaúcha e fomos à Redenção – o maior e mais belo parque da cidade. Comemos algodão-doce, jogamos bola e conhecemos outras crianças que se juntaram à nós nas brincadeiras. Alugamos bicicletas e pedalamos por todo o parque. Dei um tremendo azar, a única bicicleta que havia “sem rodinhas” não se equiparava nem de longe com a que meu irmão havia escolhido. Eu tinha verdadeiro fascínio pela coragem e destreza do meu irmão ao dirigir uma bicicleta “sem rodinhas” em alta velocidade. Ele sempre tinha de diminuir o ritmo para que eu pudesse alcançá-lo. Hoje sei que muitas vezes ele me deixava ultrapassá-lo e depois fazia de conta que havia perdido a corrida para mim, somente para me alegrar. Mas ele jamais confessou isto.
Não sei bem se todas estas memórias aconteceram exatamente assim. Mas são assim que elas se encontram em meio às minhas lembranças. Talvez minha mente ao “ver” as fotos deste dia, tenha apenas criado toda esta história para que as fotos fizessem sentido. Talvez alguns resquicíos de memória sejam verdadeiros e minha mente apenas tenha completado a história. Ou talvez todos estes fragmentos sejam reais e aconteceram mesmo. A única lembrança que tenho certeza absoluta de que é autêntica, foi a felicidade que senti naquele dia. Isto sim foi real e quiça por este motivo eu não tenha esquecido deste dia, assim como esqueci de tantos outros.
Um dia que, analisado friamente, não teve nada demais. Um dia comum para qualquer outra criança. Com brincadeiras, doces, tombos, machucados... Acompanhada do pai, do irmão e de novos amigos, feitos ali mesmo na hora, durante as brincadeiras em meio à multidão. Mas que ao ser recordado e vivido novamente através de fotos ou da própria memória, faz renascer a esperança dentro de mim. Desperta a alegria e atiça minha mente. Me faz sonhar com o futuro que outrora eu imaginava. E hoje já vivo o futuro de antigamente. Não no fantástico mundo da imaginação, mas aqui mesmo, na fria e cruel realidade. Que sob a luz de dias como este, se mostra afável e aconchegante. Perde sua máscara temível e horrenda, e se mostra tão bela quanto o sorriso de uma criança. Uma criança que nada teme, que é amada e bem tratada. Ah! Quem dera todos os dias fôssemos crianças...

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Que falta me faz III


Quando criança tudo era tão diferente. Era tão fácil dialogar com as pessoas, fazer novos amigos... Você simplesmente chegava dava um "oi" e já eras, tava feita uma nova amizade! Antes eu era bem despachado, qualquer um que chegasse em minha casa eu já ia logo indagando alguma coisa e me metendo nas conversas. Depois fui ficando mais acanhado, mais tímido. A ponto de quando tinha visita em casa não sair do quarto para não ter que dar "oi" para ela.
Já sou da geração que adotou o vídeo-game como principal forma de entretenimento. Mas mesmo assim ainda brinquei muito no meio da rua com outras crianças. Lembro muito bem que jogávamos bola, apostávamos corrida (100 metros rasos e maratona. A maratona era uma volta no quarteirão inteiro!!! Algo assombrosso na época), soltávamos pipa... Isso sem falar nas inúmeras outras atividades que exercíamos: apertar campainha e sair correndo, quebrar vidraça das casas com pedras, atiçar cães bravos e sair correndo, caçar lagartos com uma Labradora que eu tinha (fazíamos lanças com cabo de vassoura e ponteiras de ferro das grades dos vizinhos), fazer rinha de cachorro, estourar rojão...
Também me diverti muito com as brincadeiras clássicas como: pega-pega, enconde-esconde, pé na bola, garrafão e a predileta de toda a gurizada, polícia pega ladrão. Essa era disparada a melhor de todas! E melhor ainda quando éramos os bandidos... era diversão garantida!!!
Estas brincadeiras reuniam várias crianças do bairro, às vezes até quase todas dependendo do tamanho do bairro. Branca, preta, rica, pobre, alta, baixa, magra, gorda... crianças de todos os tipos se divertindo juntas sem nenhum preconceito. Lógico que de vez em quando uma ou outra se desentendia e o pau pegava mesmo! E lá ía aquela que apanhou, cabisbaixa e chorando, contar para sua mãe o que havia acontecido... Umas mais ousadas juravam vingança e nem saiam de onde estavam. Apanhar na rua e contar para a mãe era coisa de "mulherzinha"! Após a briga todas diziam: "Nunca mais fala comigo!!! Não sou mais seu amiguinho!!!". No outro dia após a aula, já estavam todas juntas novamente correndo e rindo rua afora. Crianças, tão puras e inocentes...
Hoje praticamente nada mais disso existe. Algumas destas brincadeiras estão em extinção. As crianças de hoje não são mais crianças, não têm mais a mesma pureza e inocência que antigamente. Antes se era criança mesmo, até os 10 anos eu acho. Hoje no máximo até os 7 e olhe lá!!! Computador e vídeo-game talvez sejam os principais culpados por isso. Brincadeiras virtuais, amigos virtuais... crianças crescem num mundo sem magia, sem o encanto de usar a mente como a maior forma de diversão. Pois o que seria das nossas brincadeiras, que não contavam com nenhum recurso multimídia, sem a força da nossa imaginação???
Claro que as crianças de hoje têm muito mais amizades do que as de antes. Basta dar uma olhada no Orkut. Algumas chegam a criar diversos "perfis" afim de poder dar conta do número de amigos. Não sei se realmente se conhecem, mas que juram amizade uma pela outra, ah juram! Antigamente não! Amigo era amigo mesmo! Tinha de se ver todo dia, brincar junto, aprontar junto... Havia contato e diálogo. Era muito fácil fazer amigos, amigos de verdade... Mesmo sendo novo no bairro, logo logo você já estava correndo com as outras crianças. Hoje se tem amigos aos montes, mas aqueles que você pode estufar o peito e falar de boca cheia: "este é de fé!"; estão se estiguindo junto com as brincadeiras de outrora... Haverá alguma ligação nisso?

terça-feira, janeiro 17, 2006

Que falta me faz II

Ontem, cheguei do curso e ficamos conversando (Seco, Pipoka e eu) sobre os tempos que se foram. Eiiita conversa boa! Altas gargalhadas, daquelas de doer a barriga, faltar o ar e correr lágrimas dos olhos! Relembramos tanta coisa que eu já havia esquecido...
Tantas pessoas, tantas histórias... Escrevendo tais histórias dava para preencher um livro daqueles bem volumosos!
Nostalgia total!!!
Fatos que ocorreram e que jamais se repetirão. Coisas que fazíamos quando mais novos e que hoje não vejo ninguém mais fazer.
Amizade de verdade!
Companheirismo e lealdade!
Cumplicidade!
Palavras tão estranhas e adversas aos tempos atuais...
Ninguém precisava provar nada para ninguém. Amizade era sentida e não falada!
No meio da madrugada lembrei-me de uma pessoa. Loira, cabelo liso, pele clara, tinha um jeito todo especial de ser. Todos a amavam, queriam ser seu amigo e muitos algo mais. Tive o privilégio de ser muito íntimo dela. Convivíamos diariamente, festas, concentras, horas e horas de debates sobre os mais variados temas. Mas um dia ela partiu e consigo levou um pouco de todos nós que ficamos. Com o passar dos anos perdemos contato... Porém o sentimento de amizade e o apreço por esta pessoa jamais se extinguiu. Ontem em meio à tantas lembranças uma pergunta não me saía da cabeça: "Por onde andará esta guria???".
Perdi seu telefone faz tempo, seu e-mail eu acho que não mais existe... Hoje vou procurar seu telefone em meio ao caos do meu cafofo. Talvez eu dê sorte e o encontre, quem sabe...
Dias atrás num questionário que recebi no e-mail, havia uma pergunta que indagava o seguinte: "Quem te marcou?". Respondi que todas as pessoas que conheci deixaram sua marca. Algumas apenas superficiais que com a ação do tempo sumiram ou quase se apagaram por completo. Porém, há pessoas que deixaram marcas profundas, tão profundas a ponto de tocar em meu cerne e deixar uma cicatriz eterna, que jamais deixará de existir.
Ah! Que saudade de outrora...

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Que falta me faz

Sinto tanto tua falta
Desde que você partiu
Não há mais felicidade
Não tenho mais ânimo
Apenas saudade
Quando chego em casa,
Luz do quarto apagada,
Cama vazia,
Tudo denuncia tua partida
Ah velha nostalgia!
As noites agora são mais frias
E o silêncio da madrugada me castiga
Não ouço mais tuas gargalhadas
Não sinto mais o conforto da tua presença
Nem o cheiro do teu perfume
Carente, procuro teu colo
Quero ouvir tuas histórias,
Lembrar de outrora
Pensamento voa...
Remonta tempos passados,
Em que a vida ainda era doce
Inocentemente doce...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Vento Deserto

Sou o vento,
Mas não um vento qualquer
Sou um vento solitário
Que vive a soprar,
Aqui, ali e também acolá
Não sigo caminho, nem tenho rumo
Soprando pelo mundo me sumo
Hoje aqui, amanhã em qualquer outro lugar
Voando sem parar
Sem destino, sem paradeiro...
Em minha jornada não há companheiro
Intangível, não posso ser tocado
Invisível, não posso ser visto
Por este motivo,
Quase sempre sou ignorado
Ando só, abandonado...
Vôo veloz, enfurecido
À busca de algo escondido
Fatigado de tanto procurar
Um dia minha missão cessará
Derrotado pelo acaso,
Ou terá sido apenas o meu fado?
Não fará diferença,
Pois não haverá volta
No fundo d'alma,
Restará apenas revolta
A revolta e o pesar
De saber que um dia estive tão perto
Mas por ser covarde e incerto
Transformei minha vida em um deserto.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Confusão

Pensamentos desnorteados
Sentimentos alvoroçados
Confusão predomina
Contamina meu âmago
Dói-me n’alma
Corrói meu cerne
Doido, prestes a surtar
Já não me controlo
Não mais me conheço
Frases nunca ditas!
Coisas nunca vistas!
Ações, emoções...
O mundo gira, mas se tudo passa,
Por que não me sai da mente?
Por que teimas em me ensandecer?
Palavras preciso ouvir
Voz do silêncio
Fantasma do passado recente (presente)
Agora ausente, somente na realidade
Espectro de afabilidade
Habita no meu peito
Alimentando-se da minha saudade
Meu tormento é um desalento
Causado pelo sofrimento
De um sonho que, insistentemente, eu sonho só.