sexta-feira, janeiro 13, 2006

Vento Deserto

Sou o vento,
Mas não um vento qualquer
Sou um vento solitário
Que vive a soprar,
Aqui, ali e também acolá
Não sigo caminho, nem tenho rumo
Soprando pelo mundo me sumo
Hoje aqui, amanhã em qualquer outro lugar
Voando sem parar
Sem destino, sem paradeiro...
Em minha jornada não há companheiro
Intangível, não posso ser tocado
Invisível, não posso ser visto
Por este motivo,
Quase sempre sou ignorado
Ando só, abandonado...
Vôo veloz, enfurecido
À busca de algo escondido
Fatigado de tanto procurar
Um dia minha missão cessará
Derrotado pelo acaso,
Ou terá sido apenas o meu fado?
Não fará diferença,
Pois não haverá volta
No fundo d'alma,
Restará apenas revolta
A revolta e o pesar
De saber que um dia estive tão perto
Mas por ser covarde e incerto
Transformei minha vida em um deserto.

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