segunda-feira, dezembro 13, 2010

Inexplicável

Como é possível amar tanto uma criatura?
Amar ao ponto de nada mais fazer sentido
Ao ponto de sonhar junto os seus sonhos
De a querer ao seu lado para todo o sempre

Amar ao ponto dela estar acima de tudo
Ao ponto de esquecer da vida
De não ver o tempo passar quando se está com ela
De não se importar com o ridículo, com o feio ou o belo
De ignorar o que outros possam pensar ou falar do quão patético o amor pode ser

Amar ao ponto de não desejar mais ninguém
Ao ponto de ver o seu rosto em cada rosto na multidão
De perder a razão e viver inebriado

Não sou capaz de compreender nem sequer explicar
Se eu pudesse, talvez não seria capaz de amar
Não na plenitude que a amo

Assim, consciente, abro mão da minha lucidez
E me entrego de uma vez
Ao inexplicável prazer de te amar

terça-feira, julho 20, 2010

Grito

Grito por socorro
Mas ninguém me ouve
Minha voz ecoa nas vielas
Mas não tarda em silenciar

Grito sozinho na escuridão
Ninguém responde
Nem bêbados, nem cães...
Será que a chuva forte abafa o som?

Grito
Grito até ficar rouco!
E nem eu mesmo ouço...

sábado, julho 10, 2010

De todas...

De todas as pessoas que convivi
Em todos estes anos que vivi
Em todos os lugares que andei
De todas as lembranças que guardei
De todos os amigos que tive
Em todos os relacionamentos em que estive
Nunca tive algo assim como tenho com você
E jamais senti o que agora sinto por você

Segue a vida

Passa o vento
Passa o tempo
E junto vão-se os sentimentos

Muda a roupa
Muda o jeito
E junto muda o pensamento

Segue o rumo
Segue a vida
E nunca sara a ferida

sábado, abril 24, 2010

Noites de Tédio


É tarde da noite
E Piaf não se cala
As palavras são açoites
E fustigam minha alma

Noite fria
Olhos úmidos
Cama vazia

Entregue, aguardo o sono chegar
Não há outro remédio
Quase não há mais forças para lutar
Contra noites assim repletas de tédio

segunda-feira, abril 12, 2010

Um minuto a mais, um minuto a menos

Sinto a vida se esvaindo
Lentamente
Não que eu vá morrer agora
Não
Ao menos não sinto isto
Bom

No entanto vejo o tempo se esgotando
Aos poucos, bem aos poucos...
Minuto após minuto até o alvorecer vou contando

E o que me faz entristecer
Não é saber que um dia chegará o fim
Mas sim
Perceber que há um minuto a menos para eu lhe ter