terça-feira, abril 25, 2006

Só nos pampas

Sou um sujeito pacato
No passado, maragato

Já passei muito chimango na ponta da adaga
E de tanto aplicar a famosa gravata colorada
Larguei desta vida ingrata

Hoje, vagueio só pelo campo
Cabisbaixo, trote manso

À noite, deitado no relento, só dá ela,
Lua cheia
Cercada por todas as estrelas

Me soa como poesia
A luz, a magia...

Me questiono do passado
O por quê
E se foi errado

E nestas idas e vindas pelo mundo
Reviro tudo no fundo

Em busca de alguém que me faça esquecer a vida,
Que sane minhas mágoas
Que me cure as chagas, as feridas

Alguém com quem eu possa,
Não só matear e prosear

Mas quem sabe enfim
Ter o quê nunca tive,
Uma pessoa para amar

Busco alguém que me entenda
Me dê amor, minha prenda

quarta-feira, abril 19, 2006

A Vida é Assim Mesmo

Não sei se é possível, mas estou ao mesmo tempo feliz e triste.
Feliz, por ter ido para casa, ter revisto a família, ter abraçado e beijado as mulheres da minha vida: minha coroa e minha avó, duas guerreiras às quais eu devo muita coisa.
Feliz, por ter revisto meus irmãozinhos, ver o quanto eles cresceram, o quão espertos estão ficando e por perceber que a magia da infância ainda se faz presente em seus espíritos.
Feliz, por perceber a flor da maturidade desabrochando não só em meu irmão, mas em muitos dos meus amigos. Fazendo com que eles mudem a forma de pensar, o modo de enfrentar a vida e de encarar o mundo. Abrindo portais para novos conhecimentos e novas experiências, tornando-os mais responsáveis e conscientes.
Feliz, por ter reencontrado muitos amigos. Alguns não encontrei pessoalmente, mas falei pelo telefone ou pela NET relembrando do tempo em que eu fazia isso diariamente durantes horas consecutivas. Pouquíssimos eu não consegui ver ou falar, uma pena, mas quem sabe na próxima eu consiga.
Feliz, por ter festado, ter curtido as noites acompanhado das pessoas que eu considero demais, e que por mim, também têm consideração.
Feliz, por ter sido recebido mais uma vez de braços abertos, feliz por perceber que apesar de estar distante e não ter muito contato com a maioria dos meus amigos, eu continuo tendo deles: a consideração, o respeito, a lealdade... a pura essência da amizade.
Feliz, também por adquirir o respeito de novos amigos, conquistar novas amizades, reafirmar as antigas e reatar os laços de algumas outras um tanto enfraquecidas.
Mas sinto a tristeza de ter que partir novamente, sem saber quando retornarei.
Sinto-me triste por saber que outra vez, ficarei algum tempo sem sentir e vivenciar os fatos acima citados. Não que aqui onde estou eu não tenha isto, pelo contrário, tenho e muito, mais até do que eu imaginava que teria quando vim para cá. Aqui também conheci pessoas extraordinárias, pessoas queridas e amigas.
Mas, fico triste também, por saber que outras pessoas (assim como eu e como vários outros antes de mim) também estão indo embora de Laguna.
Triste, por ter a certeza de que cada um que parte de Laguna, leva consigo um pouco do encanto e do brilho da cidade, deixando assim, a cidade cada vez mais opaca, cada vez mais triste e sem graça.
Triste, por saber que a distância entre nós aumentará ainda mais, e que talvez, a probabilidade de nos encontrarmos em outras idas minhas à Laguna, diminua. Pois, assim como eu, eles já não mais farão parte do dia-a-dia de Laguna.
Mas feliz ou infelizmente a vida é assim, cheia de tristezas e alegrias, altos e baixos, amores e desamores, encontros e desencontros. E só nos resta aproveitar cada oportunidade que nos é dada, e se a oportunidade não nos for dada, então faremos de tudo para criá-la.
Devemos apreciar e saber tirar proveito de todas as situações, por mais incômoda que esta seja ou possa parecer. Devemos aproveitar cada momento como se fosse único, por que na verdade, ele será único mesmo.
Viver, saber viver, celebrar a vida, minuto a minuto, dia a dia, ano a ano, até o final dos tempos. Mas sempre, sempre mesmo, valorizando tudo aquilo que temos de mais importante, tudo aquilo que mais devemos prezar na vida, as pessoas que nos cercam e nos desejam bem. As pessoas que nos amam assim como somos, cheios de erros e defeitos, chatices e doideiras que nos fazem ser quem somos. Loucos... loucos pela família, loucos pelos amigos, loucos pela vida!

segunda-feira, abril 10, 2006

Tantas Despedidas

Foram tantas vezes
Que já nos despedimos
E a dor da saudade jamais amenizou
Por mais que este ato se repita
A falta que me fazes não cessará,
Não amenizará
Teu sorriso me alegra
Tua teimosia me irrita
Teu canto me motiva
Ontem, vivíamos juntos
Tínhamos o mesmo lar
Hoje, só o que tenho são lembranças,
Fotos, fatos registrados
Sonhos alcançados,
Pensamentos visionários
Amanhã, não sei...
Em ti, vejo o futuro
Almejo profundamente, que seja um dos bons
Merecedor tu és
Você me traz conforto
Em ti encontro amor e paz
A minha paz!
Que em cada uma destas despedidas
Fora subtraída
Deixando um vazio enorme
Preenchido aos poucos pela nostalgia